Mais um datacenter de grande porte vai ser construído em São Paulo
em breve, em Sumaré, na região de Campinas, dessa vez com potência
de 800 MW.
O projeto é liderado pela Aurea Finvest, de São Paulo, especializada
em investimento e desenvolvimento imobiliário principalmente nas
áreas de logística, comercial e residencial, e que recentemente
também passou a desenvolver datacenters.
Segundo disse à Brasil Energia o diretor de engenharia da empresa,
Moisés de Souza, até o meio do ano o MME deve publicar a portaria
para autorizar o acesso do projeto à rede básica e, na sequência, até o
m de 2025 a expectativa é que a Aneel dê o parecer de acesso para o
empreendimento. A conexão na subestação de Sumaré, da
transmissora ISA Energia, muito próxima de onde será instalado o
centro de dados, também está com negociação adiantada, revela o
executivo.
A partir daí, a estimativa é concluir nos primeiros meses de 2026 as
questões de autorizações fundiárias, com a prefeitura de Sumaré, e de
licenciamento ambiental, com a Cetesb, do terreno de 680 mil metros
quadrados já adquirido pela Aurea, em área agrícola da cidade. Com
todas essas etapas concluídas, informa Souza, o datacenter pode
começar a ser construído, o que ele estima ocorrer daqui a cerca de 18
meses.
O modelo de negócio da Aurea Finvest é usar sua longa expertise no
mercado imobiliário para encontrar as melhores áreas para a
instalação dos datacenters, comprá-las e aí entrar com a requisição de
parecer de acesso. Trata-se aí até de exigência do MME: o solicitante
precisa ser dono do terreno, para evitar especulações nos pedidos.
No andamento do processo, a empresa vai negociando com possíveis
interessados em operar os datacenters, sejam empresas da área ou
grandes consumidores dos serviços, por exemplo, as big techs, o que
para o projeto de Sumaré já está ocorrendo.
O primeiro deal concluído da área de datacenters da Aurea foi com a
Tecto, do grupo V.tal, que assumiu o terreno e todas as autorizações
do datacenter que será instalado em Santana de Parnaíba, conforme
noticiado pela Brasil Energia.
Neste caso, a Tecto preferiu na negociação implantar ela própria a
central, embora a Aurea, segundo Moisés de Souza, tenha equipe de
engenharia capacitada para gerenciar e implantar a edicação e a
infraestrutura de energia e resfriamento necessária para os futuros
usuários instalarem seus servidores de TI.
Para o de 800 MW, Souza afirma que há muitas negociações em
andamento. Segundo ele, aliás, outros dois ou três projetos devem ser
anunciados em breve.
Para financiar esses vários projetos na área, a empresa contratou a
norte-americana Delphos, consultoria financeira especializada em
mercados emergentes, para buscar investidores no exterior. A
expectativa é de que os recursos sejam captados nos Estados Unidos
e em países da Europa e da Ásia.
A meta é captar inicialmente US$ 500 milhões para desenvolver o
portfólio de projetos de datacenters, o que deve ser ampliado
posteriormente para US$ 800 milhões. Segundo ele, além do dólar
forte ter tornado o país atrativo para os aportes estrangeiros, há
outras vantagens competitivas. “Temos energia limpa, áreas
disponíveis e mão-de obra qualificada, é só não perder a janela de oportunidade”, afirma o diretor.
Souza cita ainda que o interesse de empresas dos Estados Unidos, em
específico, onde hoje há uma base instalada de 22 GW em
datacenters, é ainda maior, por conta da escassez de capacidade de
energia do país para as novas centrais de grande porte que atendem a
inteligência artificial. “O Brasil é a bola da vez para eles”, disse Não à toa,
segundo estimativas da Arizton Research, os investimentos
em novos projetos de datacenters no Brasil até 2030 devem chegar a
US$ 6,5 bilhões ao ano.
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