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Um segmento do setor imobiliário resiste a crises – e tem resultados acima da média

August 20, 2024

Há uma demanda crescente por galpões, que têm reportado taxas de vacância bastante reduzidas, ao redor dos 10% – níveis já muito próximos do que consideramos o piso do segmento.

Embora seja afetado pelo cenário macroeconômico de forma substancial, o mercado imobiliário se vale de um grande atributo: a sua diversidade de ativos. No artigo de julho, tratei de como a reviravolta nos juros globais impactaram negativamente o setor. Mas também apontei alguns caminhos descolados da conjuntura predominante, como o segmento de galpões logísticos e centros de armazenagem de produtos.

Cabe um aprofundamento do olhar para o setor logístico: há uma demanda crescente por galpões, que têm reportado taxas de vacância bastante reduzidas, ao redor dos 10% – níveis já muito próximos do que consideramos o piso do segmento.

No primeiro semestre de 2024 – especialmente no segundo trimestre –, o mercado imobiliário logístico registrou um desempenho acima das expectativas.


Os resultados apareceram em diversos levantamentos divulgados recentemente na imprensa. Segundo a JLL, a absorção bruta quase dobrou, de 848 mil m² nos primeiros três meses do ano para 1,4 milhão em abril, maio e junho. O aquecimento do setor também apareceu em relatório da Cushman & Wakefield (segundo a consultoria, houve 18 transações que somaram R$ 2,3 bilhões).

Leia também:

• Galpões logísticos atingem menor vacância da série histórica em SP, aponta Colliers


Crescimento para outras regiões

Há outros sinais importantes, ainda não apontados nos levantamentos, que reforçam a resiliência e a robustez do segmento logístico. Um deles é o fato de o mercado ter se mostrado forte não apenas nas áreas primárias, mas também nas secundárias (ou seja, a busca não se limita apenas às localizações mais desejadas).

Explico: para atender à demanda crescente, há um segundo anel em torno dos grandes centros urbanos ganhando espaço. Muitas vezes acabam até se tornando pontos com capacidade de atender dois ou mais mercados, como alguns galpões localizados entre as cidades de São Paulo e Campinas.

Mesmo em nível nacional, temos situações semelhantes: grandes projetos em áreas centrais do país, com a capacidade de servir como hub para diversos estados ou regiões. Cito dois locais que saltam aos olhos: o entorno de Brasília, com capacidade de atender o Centro-Oeste, e o entorno de Belo Horizonte, com potencial de atender o Sudeste, o Centro-Oeste e o Nordeste.

A entrada de inquilinos relevantes em áreas secundárias reflete uma expansão saudável e sustentável, impulsionada pela necessidade contínua de infraestrutura logística. Além da busca para se adequar a um contexto em que o e-commerce dita as distâncias (e o tempo que produtos precisam estar do destino final), a necessidade de uma estrutura sólida e resiliente a intempéries foi um dos grandes aprendizados da pandemia de Covid-19.


O setor entendeu a importância de uma base consistente para a manutenção das cadeias de suprimentos – e passou a crescer. Há uma demanda constante por melhor infraestrutura de armazenagem e distribuição, e essa necessidade premente garante, como demonstram os resultados atuais, que o setor permaneça aquecido, com investimentos contínuos em novas construções e modernização das instalações existentes.

Inovação a reboque


Investimentos não trazem apenas expansão numérica. Já começamos a ver projetos de inovação e agregação de valor aos equipamentos existentes, principalmente nas áreas primárias, onde há maior escassez de terrenos.

Uma perspectiva de inovação muito importante para o setor é a de galpões multi-andares. A edificação em localizações de alto valor, próximas aos grandes centros, tem grande capacidade de gerar retornos ainda maiores para alguns empreendimentos. Trata-se de um modelo que já existe fora do Brasil, em países como México, China e Estados Unidos.


Apesar de tudo isso, temos visto os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) andarem de lado (o que já disse considerar um resultado sofrível). Mesmo assim, o investidor pessoa física deve seguir de olho nos FIIs focados na área de logística. Com base no cenário atual, um bom olhar para o portfólio de ativos, para a estratégia e para os movimentos do gestor vão indicar se o fundo está seguindo o fluxo correto. Sabemos que há muitos fundos bons com preço ainda abaixo do seu valor patrimonial, e é aí onde vamos encontrar as melhores oportunidades

August 20, 2024

Sumário


Por Itrês Stretegic 10 de abril de 2025
O poder transformador da ciência e da tecnologia sempre esteve no centro da nossa visão de futuro. Mas uma recente viagem, com o objetivo de conhecer algumas das mais avançadas tecnologias voltadas à área de real estate, reforçou de forma definitiva essa convicção. Passei pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Boston, e no DatacenterDynamics (DCD), em Nova York, agora em março para um mergulho nas inovações que têm potencial para reconfigurar profundamente o setor imobiliário – da infraestrutura energética aos materiais de construção, passando pelo uso inteligente de dados. Voltei com um aprendizado fundamental para quem trabalha ou investe no mercado imobiliário e de construção: embora o setor tenha como uma de suas principais características ser consolidado e até mesmo conservador, em um futuro próximo, a capacidade de inovar não será apenas um diferencial competitivo — será uma questão de sobrevivência. O boom no setor de data centers tem feito com que nosso olhar se volte cada vez mais para a questão da energia, mas trata-se de avanços que vão impactar todo o desenvolvimento imobiliário. Por isso, entre as muitas tecnologias exploradas, verificamos no DCD em Nova York os Small Modular Reactors (SMRs), pequenos reatores nucleares modulares, que chamam a atenção pela capacidade de fornecer energia limpa, contínua e em larga escala a partir de unidades compactas, comparáveis ao tamanho de um contêiner. Com autonomia de operação de vários anos sem reabastecimento, sua flexibilidade de instalação pode significar uma nova era na autossuficiência energética de grandes empreendimentos imobiliários — incluindo data centers, parques logísticos e complexos multiusos. E sem os típicos riscos das grandes usinas nucleares, já que a segurança se dá nos mesmos moldes de um equipamento de raio-x dentro de hospitais. Outra pauta de igual relevância à inserção da inteligência artificial no DCD Nova York é a da “sustentabilidade digital”. A iniciativa visa incorporar tecnologias que tornem os data centers mais verdes e eficientes, focando na redução de emissões e na conquista de créditos de carbono. Além disso, busca-se otimizar a eficiência operacional, com ênfase na redução de PUE (Power Usage Effectiveness) e WUE (Water Usage Effectiveness). Esses esforços não apenas promovem avanços tecnológicos, mas também reforçam o compromisso crescente das empresas com os critérios ESG, cruciais para o futuro sustentável do setor. Em paralelo, o desenvolvimento de chips mais eficientes energeticamente vem se mostrando essencial diante da explosão da demanda por processamento, especialmente com o avanço da inteligência artificial. Atualmente, a energia consumida por racks em data centers pode ultrapassar 100 kW — um salto exponencial em relação aos padrões de poucos anos atrás. Pesquisadores trabalham para reverter esse cenário, criando processadores capazes de manter ou até ampliar sua performance com consumo muito menor. A eficiência energética deixa de ser apenas um diferencial técnico para se tornar um pilar fundamental da viabilidade de negócios digitais e da infraestrutura que os abriga. Outra fronteira promissora está nos materiais que produzem energia. Um exemplo instigante é o estudo de um tipo de concreto com propriedades semelhantes às de um capacitor, capaz de captar e armazenar energia térmica ou vibracional diretamente nas superfícies das construções. A ideia de que elementos estruturais possam se tornar fontes auxiliares de energia abre caminho para uma arquitetura mais inteligente, autossuficiente e integrada à lógica da sustentabilidade. E se tratamos da capacidade energética para atender uma demanda cada vez maior para lidar com quantidades volumosas de dados, é a própria inteligência artificial e sua capacidade de trabalhar dados que começa a causar outra transformação no setor imobiliário. Em Boston, o MIT Sustainable Design Lab simula o consumo de energia de quase 100 mil edifícios da cidade, com base em dados geoespaciais, idade das construções, tipologias e uso do solo. O modelo permite identificar oportunidades de eficiência, planejar microgrids e redes de energia combinada e orientar políticas públicas com base em evidências precisas. Uma abordagem que inspira também o setor privado, sobretudo em projetos de larga escala, que exigem previsibilidade e resiliência. É possível entender o estágio de maturidade de cada tecnologia, seus potenciais impactos no mercado e quais áreas da cadeia imobiliária podem ser transformadas. Em um cenário de rápidas mudanças, ter informação é essencial para profissionais e empresas tomarem decisões que maximizem o potencial das oportunidades. A mensagem que compartilho a partir dessa experiência é clara: o setor imobiliário do futuro será moldado por dados, ciência, colaboração com centros de excelência e uma mentalidade de experimentação constante.
Por Itrês Stretegic 9 de abril de 2025
La Agencia Nacional de Energía Eléctrica (ANEEL) concedió autorización para la conexión al Sistema Interconectado Nacional (SIN) de proyectos que adicionarán una carga total de 479 megawatts (MW) hasta 2032, siendo 359 MW dedicados al sector de centros de datos. Los 359 MW serán distribuidos entre tres proyectos de centros de datos en el estado de São Paulo, y el restante será destinado a una empresa del ramo de bioenergia y agroindustria que implantará una fábrica en el estado de Bahia para producir etanol a partir del procesamiento de maíz. La mayor parte de la carga fue concedida a la Aurea Finvest, empresa especializada en proyectos inmobiliarios para centros de datos, que contará con una carga de 200 MW hasta diciembre de 2032 para la instalación de un centro de datos hyperscale de la Techo Centros de datos en Santana de Parnaíba. La autorización envuelve la subestação Edgard de Souza, en São Paulo, de propiedad de la ISA Energía Brasil S.A. En respuesta a la DCD, el director de ingeniería de la Aurea Finvest, Moisés de Souza, repercute la aprobación: ”En el desarrollo de un proyecto de centro de datos, la Aurea Finvest garantiza todas las aprobaciones de terreno, ambientales y eléctricas necesarias para que el centro de datos sea instalado en el lugar. En esta etapa, entregamos el proyecto totalmente aprobado, pronto para el inicio de la construcción y montajes. El Parecer de Acceso de 200 MW en Santana de Parnaíba, por ejemplo, es un marco increíble por la potencia obtenida en aquella región". La REC Bandeirantes 41 Participaciones S.A., empresa que actúa en el ramo inmobiliario para centros de datos, tuvo 88 MW aprobados para un proyecto que será instalado en São Paulo hasta julio de 2028, a través de seccionamiento de línea de transmisión de la ISA Energía Brasil S.A. La Pahlavan Ventures Threee Ltda., empresa de tecnología de la información, recibió autorización para un proyecto de centro de datos en São Paulo con carga de 71 MW hasta diciembre de 2032 y será conectado a la subestación Replan de la ISA Energía Brasil S.A. La DCD está en contacto con esas dos últimas empresas envueltas en la autorización de la ANEEL para conocer más detalles de los proyectos.
Por Itrês Stretegic 8 de abril de 2025
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) concedeu autorização para a conexão ao Sistema Interligado Nacional (SIN) de projetos que adicionarão uma carga total de 479 megawatts (MW) até 2032, sendo 359 MW dedicados ao setor de data centers. Os 359 MW serão distribuídos entre três projetos de centros de dados no estado de São Paulo, e o restante será destinado a uma empresa do ramo de bioenergia e agroindústria que implantará uma usina na Bahia para produzir etanol a partir do processamento de milho. A maior parte da carga foi concedida à Aurea Finvest, empresa especializada em projetos imobiliários para data centers, que contará com uma carga de 200 MW até dezembro de 2032 para a instalação de um centro de dados hyperscale da Tecto Data Centers em Santana de Parnaíba. A autorização envolve a subestação Edgard de Souza, em São Paulo, de propriedade da ISA Energia Brasil S.A. Em resposta à DCD, o diretor de engenharia da Aurea Finvest, Moisés de Souza, repercute a aprovação: “No desenvolvimento de um projeto de data center, a Aurea Finvest garante todas as aprovações fundiárias, ambientais e elétricas necessárias para que o data center seja instalado no local. Nesta etapa, entregamos o projeto totalmente aprovado, pronto para o início da construção e montagens. O Parecer de Acesso de 200 MW em Santana de Parnaíba, por exemplo, é um marco incrível pela potência obtida naquela região". A REC Bandeirantes 41 Participações S.A., empresa que atua no ramo imobiliário para data centers, teve 88 MW aprovados para um projeto que será instalado em São Paulo até julho de 2028, via seccionamento de linha de transmissão da ISA Energia Brasil S.A. A Pahlavan Ventures Threee Ltda., empresa de tecnologia da informação, recebeu autorização para um projeto de data center em São Paulo com carga de 71 MW até dezembro de 2032 e será conectado à subestação Replan da ISA Energia Brasil S.A. A DCD está em contato com essas duas últimas empresas envolvidas na autorização da ANEEL para conhecer mais detalhes dos projetos.
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